Culdocentese é um procedimento clínico usado para identificar anormalidades na pelve feminina. Durante o procedimento, uma seringa de êmbolo é usada para coletar o fluido da bolsa reto-uterina, um espaço localizado logo atrás do útero na parte inferior do abdômen. Com base no conteúdo e na quantidade da amostra de fluido recuperada, o médico pode determinar a presença de doença inflamatória pélvica (DIP), cisto ovariano, gravidez ectópica ou outro tipo de complicação. Um ginecologista, obstetra ou médico de emergência licenciado geralmente pode realizar o procedimento ambulatorial em questão de minutos.
A bolsa reto-uterina, também chamada de fundo de saco e bolsa de Douglas, está situada atrás da vagina e acima do reto. É a parte mais baixa da cavidade abdominal vazia da mulher. Se houver um cisto, lesão bacteriana ou outra anormalidade na pelve, o fluido pode escapar e se acumular na bolsa. Raramente, uma gravidez ectópica pode ocorrer quando um óvulo fertilizado incorpora fora do útero adjacente à bolsa, levando ao acúmulo de líquido amniótico. A culdocentese é um teste eficaz para determinar se esses problemas existem ou não.
Os pacientes geralmente recebem sedativos antes da culdocentese para torná-los mais confortáveis. Um anestésico localizado também é injetado na vagina para limitar a dor. Para iniciar o procedimento, o ginecologista usa um espéculo para separar as paredes vaginais para facilitar o acesso. Uma seringa é então usada para perfurar a parte de trás da vagina. O médico é cuidadoso ao escolher o local da punção para evitar lesões acidentais no intestino delgado, reto ou rins.
A seringa com êmbolo é usada para retirar fluido – se estiver de fato presente. Uma amostra seca geralmente indica que não existe nenhuma complicação maior, embora o médico possa decidir repetir o procedimento para ter certeza de que ele não perdeu o pool de fluido na primeira tentativa. Se o fluido for coletado, ele será enviado a um laboratório para análise. Uma grande quantidade de líquido claro pode indicar um cisto ovariano, enquanto pus e líquido amarelo espesso são sinais de infecção bacteriana. Líquido amniótico e sangue fino e escuro são achados típicos da gravidez ectópica.
Devido aos avanços na tecnologia de diagnóstico por imagem, a culdocentese não é frequentemente realizada em hospitais e clínicas de ginecologia modernos. As máquinas de ultrassom geralmente podem detectar acúmulos de fluido na bolsa reto-uterina com maior precisão do que os procedimentos de culdocentese. Além disso, os ultrassons não são invasivos e quase não trazem riscos à saúde dos pacientes. A culdocentese ainda é popular em áreas do mundo onde há acesso limitado a equipamentos de diagnóstico por imagem. O procedimento às vezes é preferido em situações de emergência, como suspeita de ruptura de gravidez ectópica na bolsa reto-uterina, em que demoraria muito para configurar, administrar e interpretar ultrassom.