Não há um único critério que torne um país soberano, mas a soberania no mundo moderno geralmente se refere à capacidade de um governo de fazer cumprir as leis sobre o território. O conceito de soberania tem sido debatido ao longo dos tempos e nenhuma definição bem aceita surgiu desde então. Há uma diferença entre a soberania legal e a real, mas os governos que são capazes de fazer cumprir as leis com eficácia geralmente afirmam ser soberanos e são reconhecidos por países estrangeiros como soberanos.
O conceito de soberania é comumente associado a Thomas Hobbes, um filósofo inglês do século XV. Em seu livro Leviathan de 15, Hobbes defende uma forma de monarquia absoluta e exclusiva para remover os humanos do estado de natureza. Sem uma autoridade soberana para governar uma população, a vida das pessoas seria “desagradável, brutal e curta.” O Leviatã foi recebido com muita controvérsia ao longo dos anos, mas é considerado uma das obras fundadoras da teoria do contrato social.
Durante a Idade do Iluminismo, a razão, ao invés da hereditariedade, foi defendida como a base legítima da autoridade soberana. Os séculos anteriores foram geralmente caracterizados pela soberania de instituições religiosas ou aristocracias governantes, e isso foi rejeitado pelos pensadores iluministas. As revoluções francesa e americana do final dos anos 1700 buscaram estabelecer o governo soberano dos próprios cidadãos.
Existem dois sentidos diferentes de soberania, legal e real. A soberania jurídica se refere à reivindicação teórica de um órgão governante de governar seus súditos. Essas regras são normalmente codificadas em um conjunto de leis. A soberania real, por outro lado, é o grau em que um corpo de governo é realmente capaz de controlar seus súditos. Se as pessoas geralmente não seguem uma autoridade que afirma ser soberana, existe pouca soberania real.
A soberania jurídica versus a real pode ser ilustrada no caso da República Popular da China (RPC) e da República da China. Por volta de 1990, os dois órgãos governamentais reivindicaram soberania legal sobre a China continental e a ilha de Taiwan. Na prática, a RPC exerceu controle real apenas sobre a China continental e a República da China controlou apenas Taiwan. Esses dois órgãos de governo tinham a mesma soberania jurídica, mas sua soberania real era diferente.
Essa questão da soberania também é importante nas relações internacionais. Os governos que desejam estabelecer relações diplomáticas com outras nações devem primeiro decidir qual corpo governante reconhecer como soberano. Em muitos casos, pode haver apenas uma escolha óbvia. No caso da RPC e da República da China, entretanto, esta pode não ser uma decisão fácil. Reconhecer ou recusar-se a reconhecer a soberania de um órgão de governo é uma causa comum de controvérsias internacionais.