A quarta parede é uma convenção do meio de ficção que separa a ação do público. O termo tem suas raízes nos anos 1800 e se refere ao efeito criado em um teatro proscênio, no qual os espectadores se sentam do outro lado de uma parede criada pelo arco do proscênio, olhando para o cenário. Obras de ficção escrita geralmente incluem uma quarta parede, assim como peças, filmes e programas de televisão em que a ficção é dramatizada.
Por convenção, a quarta parede não é mencionada ou perturbada no decorrer dos eventos descritos. A manutenção da parede ajuda o público a suspender a descrença, pois eventos fantásticos podem acontecer além da parede, mas serem percebidos como aceitáveis, uma vez que aparecem no universo isolado da própria ficção. No caso da ficção dramatizada, os atores costumam jogar até a quarta parede, e o cenário é orientado para essa barreira imaginária para garantir que o público possa ver claramente o que está acontecendo.
Em algumas obras, as pessoas transcendem os limites da quarta parede. Essa prática é conhecida como quebrar o muro e pode ser chocante ou perturbadora para o público. Um exemplo clássico disso é um aparte ou narração dirigida ao público, como, por exemplo, quando um personagem de uma peça de Shakespeare dá um passo para o lado do palco e embarca em um solilóquio; os outros personagens não ouvem ou respondem ao discurso, porque o discurso é direcionado através da quarta parede.
Quebrar a parede pode ser um excelente recurso narrativo, com muitos artistas usando a técnica para abalar, surpreender ou divertir o público. Vários programas de televisão usaram um dispositivo do tipo documentário, permitindo que os personagens falassem diretamente para a câmera como se estivessem sendo entrevistados. Quando mal feito, entretanto, passar pela quarta parede pode arruinar a aparência da peça, fazendo com que o público se sinta alienado ou confuso. Em um filme, por exemplo, se um personagem começa abruptamente a se dirigir à câmera, pode parecer desequilibrado e estranho.
As pessoas também podem romper a quarta parede dentro do contexto de uma narrativa. Em Matrix, por exemplo, o herói percebe que está vivendo em um mundo fictício e sai desse mundo para o mundo real da narrativa. Muitas obras de ficção usaram esse artifício, descascando camadas de realidade como uma cebola. Em alguns casos, o público pode estar envolvido no engano e, em outros casos, a revelação de uma realidade totalmente diferente pode ser uma surpresa.