Também conhecida como deflação colateral ou pior deflação, a deflação da dívida é uma situação em que o valor do ativo que é usado como garantia para um empréstimo diminui de valor. Quando isso ocorre, o credor pode achar necessário ajustar os termos e as disposições do empréstimo para manter seu grau de risco dentro de uma faixa aceitável. Embora os credores geralmente tentem evitar a aceitação de garantias que apresentem algum potencial de perda de valor durante a vigência do empréstimo, mesmo os ativos considerados com probabilidade de valorização podem ser vítimas de deflação de dívida nas circunstâncias certas.
Uma maneira de entender o impacto da deflação da dívida é considerar a concessão de uma hipoteca para a compra de uma casa. No momento em que o empréstimo é aprovado, o valor de mercado da casa é ligeiramente superior ao valor total devido na hipoteca. Com isso em mente, o credor está disposto a aceitar o imóvel que está sendo adquirido como garantia do empréstimo. Em muitas situações, a propriedade valorizará com o passar dos anos ou, pelo menos, manterá seu valor inicial. Como resultado, o credor fica seguro, sabendo que mesmo se o proprietário da casa não pagar a hipoteca, a propriedade pode ser vendida e o saldo devido do empréstimo recuperado.
Se a propriedade depreciar em vez de valorizar, o credor irá comparar o preço de mercado atual que a propriedade pode obter com o saldo remanescente da hipoteca. Se a taxa de deflação da dívida se acelera e, eventualmente, supera o valor do imóvel, isso coloca o credor em uma situação de alto risco, uma vez que a capacidade de vender o imóvel e cobrir o saldo devedor da hipoteca não existe mais. Nesse ponto, o credor pode tentar renegociar a hipoteca como forma de minimizar o risco, ou até mesmo exigir o empréstimo devido se houver previsão de que o imóvel continuará depreciando e a chance de inadimplência for iminente.
As ações que um credor pode tomar quando ocorre a deflação da dívida serão regidas por regulamentações estabelecidas por agências governamentais que supervisionam a compra de propriedades dentro das fronteiras do país onde a hipoteca foi emitida. Em alguns casos, a opção de resgatar a hipoteca é limitada, pois o credor não pode resgatar a hipoteca devida até que o valor da propriedade caia abaixo de um certo valor, ou o proprietário realmente perde um certo número de pagamentos consecutivos do empréstimo. Esse tipo de verificações e saldos ajuda a minimizar a oportunidade de os credores exigirem hipotecas com base em situações de curto prazo que temporariamente fazem com que a garantia perca valor, que acaba recuperando assim que essas situações forem resolvidas. Antes de se comprometer com qualquer contrato de hipoteca, os candidatos fariam bem em descobrir especificamente o que o credor pode e não pode fazer se a deflação da dívida prejudicar o valor do ativo ou ativos usados como garantia para o empréstimo.