As complicações do marcapasso geralmente se enquadram em três categorias: lesão relacionada à implantação, mau funcionamento pós-implantação e interferência do dispositivo. Lesões relacionadas à implantação envolvem complicações que ocorrem durante a cirurgia que implanta o marca-passo no tórax do paciente, como hemorragia e infecção. O mau funcionamento pós-implantação ocorre quando o dispositivo encontra problemas durante o funcionamento, na maioria das vezes como resultado de desgaste. A interferência do dispositivo, por outro lado, refere-se ao mau funcionamento causado por campos eletromagnéticos e sinais causados por outros dispositivos, como scanners de imagem por ressonância magnética (MRI) e telefones celulares. Entre essas três categorias, o mau funcionamento pós-implantação é o que ocorre mais comumente.
Os riscos iniciais de um marca-passo estão presentes na operação cirúrgica que implanta o dispositivo no tórax do paciente. Se o cirurgião responsável não tiver cuidado com seus instrumentos, ele pode acidentalmente ferir o coração ou o tecido circundante. Isso pode causar sangramento intenso e infecção se a ferida não for tratada imediatamente. Esses incidentes raramente ocorrem, no entanto.
Os tipos mais comuns de complicações do marcapasso envolvem mau funcionamento do dispositivo após uma implantação bem-sucedida. Embora seja extremamente raro o mau funcionamento de marcapassos por conta própria, os pacientes costumam ser responsáveis pelas complicações que encontram. Os problemas mais comuns surgem quando os pacientes não conseguem se ajustar à sensação de um marca-passo e acabam brincando com ele. Esse tipo de comportamento pode fazer com que o marca-passo funcione irregularmente ou cesse totalmente a operação. Dependendo da gravidade desses casos, as complicações do marca-passo incluem aumento da fadiga, leves dores no peito e, possivelmente, insuficiência cardíaca.
Um nível extremamente alto de atividade também pode causar o deslocamento do marca-passo. O “marcapasso descontrolado” pode então estimular os músculos além do coração. Este tipo de fibrilação induzida por marcapasso pode causar uma quantidade incrível de desconforto para o paciente, muitas vezes levando à fraqueza, tontura e desmaios. O movimento do dispositivo também pode danificar o tecido circundante, aumentando o risco de infecção do marca-passo.
Certos campos eletromagnéticos e sinais de outros dispositivos também podem causar complicações no marca-passo. O campo magnético de um scanner de ressonância magnética, por exemplo, pode interromper a cronometragem de um marca-passo, resultando em arritmia. Os sinais do telefone celular podem afetar os marcapassos de maneira semelhante. Certos tipos de radiação, como os usados em raios-x e no tratamento do câncer, podem danificar os circuitos do dispositivo, causando complicações graves no marca-passo.
Devido a esses riscos, os pacientes que se submetem ao implante de marcapasso geralmente recebem um conjunto de diretrizes a serem seguidas. Essas diretrizes, que incluem atividades a serem evitadas e como usar outros dispositivos de maneira adequada, visam reduzir os riscos do marcapasso. É imperativo que os pacientes sigam essas diretrizes o mais estritamente possível para evitar complicações com o marcapasso. As verificações regulares de manutenção também reduzem significativamente o risco de mau funcionamento do marcapasso.