A harpa paraguaia é um derivado das harpas usadas na Europa. É um instrumento folclórico no qual os músicos apresentam um desempenho muito diferente do tradicional pedal clássico ou harpa de concerto. É mais conhecido na América do Sul, mas tem seguidores e artistas em todo o mundo.
Durante os séculos XV e XVIII, quando os jesuítas estavam estabelecendo missionários na América do Sul e colonizando-a, aqueles que vieram trabalhar e morar nas colônias trouxeram harpas européias tradicionais. Esses instrumentos tiveram um papel importante na divulgação do evangelho ao povo paraguaio. Os nativos do Paraguai tornaram-se especialistas desses instrumentos por direito próprio e deram seu toque à criação e ao toque de harpas.
Os paraguaios que aprenderam a tocar e fazer harpas entenderam que as harpas européias tinham uma grande desvantagem no que diz respeito ao design geral. As harpas européias têm um design de pescoço que, devido à tensão das cordas, faz com que o pescoço gire para a esquerda. As harpas européias precisavam ser mais pesadas e resistentes para acomodar essa tensão, tornando-as mais difíceis de transportar. Os paraguaios resolveram esse problema criando um “pescoço dividido”, de onde as cordas vinham do centro do pescoço. Uma marca registrada da harpa paraguaia é que ela é muito mais leve que a maioria das harpas européias, geralmente feita de cedro e pinho e pesando apenas 12 a 16 libras (5,44 – 7,25 kg), dependendo se a harpa acomoda um sistema de alavanca.
A harpa paraguaia normalmente possui 36 cordas, embora algumas tenham 32, 38 ou 40. Isso fornece uma faixa aproximada de cerca de cinco oitavas. Em termos de altura, a harpa geralmente mede cerca de 1,52 m. Não possui pedais, o que é outra razão pela qual as harpas paraguaias são leves. Aqueles com sistemas de alavanca podem abrir uma ou mais alavancas para aumentar o tom de uma ou mais cordas em um meio passo e, assim, tocar teclas diferentes com facilidade.
No que diz respeito ao desempenho, uma característica marcante do jogo de harpa paraguaia é que o artista envolve as cordas com as unhas. A melodia geralmente aparece em oitavas ou é executada com o intervalo de um terço ou sexto, proporcionando um sabor característico e rico. Os jogadores também usam tremolos, alternando rapidamente entre um campo e outro. Em resumo, os paraguaios tratam a harpa da mesma maneira que tratam o violão, mesmo tocando. Com uma abordagem semelhante à guitarra para tocar harpa, a música de harpa paraguaia brilha com os ritmos animados da América do Sul e está muito distante do estereótipo “angelical” da harpa clássica.