A parte mais profunda do oceano é a Fossa das Marianas, uma trincheira oceânica localizada no Oceano Pacífico, perto da ilha de Guam. No seu ponto mais profundo, conhecido como Challenger Deep, a Fossa das Marianas fica a 11 quilômetros abaixo do nível do mar. Só para colocar isso em um quadro de referência, se alguém raspar o Monte Everest da superfície da Terra e jogá-lo na Fossa das Marianas, ele desaparecerá, enterrado em mais de 1,6 km de água.
Como se pode imaginar, a pressão na Fossa das Marianas é extrema: cerca de 1.000 vezes a pressão atmosférica ao nível do mar. Organismos como humanos, acostumados à vida ao nível do mar, implodiriam em frações de segundo se expostos a essa profundidade, e as criaturas que vivem na Fossa das Marianas demonstram uma série de adaptações incomuns que os ajudam a lidar com a pressão. Algas, bactérias, vermes marinhos e uma variedade de outras criaturas incomuns vivem na escuridão total e no frio extremo, interrompidos apenas ocasionalmente por submarinos de pesquisa enviados para explorar a trincheira da ciência.
Essa trincheira oceânica incrivelmente profunda se formou no que é conhecido como limite convergente de placas. A parte mais profunda do oceano é formada pela subducção da placa do Pacífico sob a placa das Filipinas. Para obter uma ilustração da aparência da trincheira, uma pessoa pode deslizar uma das mãos por baixo da outra. Ao longo da fronteira onde as mãos se encontram, uma calha notavelmente profunda é formada; se isso for ampliado significativamente, poderá fornecer uma idéia de como é essa parte do oceano.
A primeira pesquisa da Fossa das Marianas foi realizada em 1951 por uma equipe britânica a bordo do Challenger II. Desde que a equipe descobriu o ponto mais profundo da trincheira, o Challenger Deep recebeu o nome deles. Uma batisfera da Marinha dos Estados Unidos visitou o fundo da trincheira em 1960 com dois homens a bordo. Os oceanógrafos comparam essa expedição ao primeiro pouso na lua, devido à imensa quantidade de preparação e perigo envolvidos, e alguns gostam de ressaltar que se sabe mais sobre a superfície da lua do que a parte mais profunda do oceano.
A Fossa das Marianas não é a única trincheira oceânica profunda, embora seja a mais profunda, estendendo-se para o dobro da profundidade média dos oceanos do mundo. Dadas as condições extremas na Fossa das Marianas, é improvável que a maioria das pessoas passe algum tempo lá, mas, se o fizerem, poderão ver uma fascinante variedade de organismos marinhos que só foram vistos por um punhado de seres humanos.