O termo “natureza versus criação” é usado para se referir a um longo debate científico. A fonte do debate é a questão de qual tem maior influência no desenvolvimento: as características inatas de alguém fornecidas pela genética, ou o ambiente de alguém. Na verdade, o debate foi amplamente considerado obsoleto por muitos pesquisadores, porque tanto as características inatas quanto o ambiente desempenham um papel importante no desenvolvimento e frequentemente se cruzam.
O filho de atores se torna ator por causa da genética ou porque foi criado em uma família onde a atuação é incentivada? Os estudos do final do século 20 sobre o debate natureza versus natureza parecem sugerir que é um pouco dos dois. Porém, historicamente, algumas pessoas acreditavam que a natureza inata desempenhava um papel crítico no desenvolvimento. As pessoas nasceram para ser pobres, atléticas ou qualquer outra coisa, e nada poderia mudar esse destino final.
Outras pessoas acreditavam que a forma como alguém era criado era o fator crítico e que as pessoas criadas para serem políticos, por exemplo, se tornariam políticos. Pessoas que acreditavam que a criação era a principal influência às vezes eram chamadas de proponentes da “tabula rasa” ou “folha em branco”, referindo-se à ideia de que pensavam que todos tinham o mesmo potencial ao nascer.
Essa visão em preto e branco do desenvolvimento humano foi chamada de “debate natureza versus criação” para diferenciar os dois lados do argumento. Bem no século 20, os pesquisadores realizaram estudos examinando a questão e argumentaram acaloradamente de ambos os lados. Os estudos de gêmeos e irmãos provaram ser especialmente valiosos, porque os pesquisadores podiam usar pessoas com material genético semelhante (natureza) para ver como seu ambiente (criação) os influenciava.
Algumas coisas são obviamente da natureza. Olhos azuis, por exemplo, são genéticos, e a cor dos olhos não pode ser influenciada pelo ambiente, embora as pessoas possam usar lentes de contato coloridas para mudar a cor dos olhos. Por outro lado, a linguagem é uma questão de criação, determinada pelo local de nascimento de alguém. Algo como altura, no entanto, é um cruzamento entre os dois. Alguém pode nascer com um gene alto, mas ficar desnutrido na infância, resultando em crescimento atrofiado e falha no desenvolvimento conforme o esperado.
A maioria dos biólogos hoje concorda que o debate natureza versus criação é muito simplista. A hereditariedade e o ambiente desempenham um papel crítico no desenvolvimento, fazendo ambas as considerações importantes. Pode-se também perguntar sobre o que é mais importante para a área de um retângulo, a largura ou o comprimento, como o psicólogo Donald Hebb fez uma vez quando questionado sobre o debate natureza versus criação.