O viés doméstico é um termo usado para descrever a inclinação dos investidores em concentrar sua atividade de investimento em títulos que são principalmente domésticos por natureza, mesmo que o investimento em títulos estrangeiros pareça ser uma abordagem mais lucrativa. Existem várias razões pelas quais um investidor pode apresentar viés desse tipo, incluindo dificuldades reais ou percebidas na compra e venda de títulos estrangeiros, custos de transação adicionais associados à execução de ordens envolvendo investimentos estrangeiros e fatores sociológicos que promovem o conceito de apoiar a produção doméstica de bens e serviços.
Um dos equívocos comuns que levam ao viés doméstico é a ideia de que uma carteira apresenta menos risco se todos os ativos mantidos forem domésticos. Esse não é sempre o caso. Dependendo da situação atual da economia de um determinado país, existe a possibilidade de que os investimentos estrangeiros apresentem uma taxa de volatilidade menor, ao mesmo tempo que oferecem o mesmo nível de retorno que uma contraparte doméstica. Assumindo que o investimento estrangeiro não é susceptível de ser adversamente afetado por eventos que estão ocorrendo atualmente no mercado interno, o investidor pode descobrir que o retorno é ainda maior com o ativo estrangeiro.
Outra razão para o viés doméstico tem a ver com restrições legais e a possibilidade de aumento dos custos de transação que podem estar envolvidos na compra e venda de títulos estrangeiros. Em algumas situações, pode haver regulamentos que limitam ou mesmo proíbem um investidor de adquirir valores mobiliários emitidos em outro país. Quando for o caso, os investidores podem olhar para oportunidades de investimento em outros países, determinar se tais restrições existem e, em seguida, comparar o possível retorno com o de investimentos domésticos semelhantes. Quanto às despesas de transação adicionais, pode haver ou não mais despesas envolvidas. Determinar antecipadamente quais seriam essas despesas pode ajudar o investidor a determinar se alguma despesa adicional está envolvida e se o aumento do custo da transação é compensado pelos ganhos previstos com a aquisição do ativo.
O preconceito doméstico também pode estar relacionado com um sentimento de orgulho nacional. Nesse cenário, o investidor se sente obrigado a apoiar a economia de seu país comprando títulos emitidos por empresas com sede nacional e que operam principalmente no país de origem. Embora louvável, esta estratégia não beneficia necessariamente a economia nacional de forma tão eficaz como incluir alguns investimentos internacionais na carteira. Isso é especialmente verdadeiro se esses interesses estrangeiros fazem negócios no país de origem, oferecendo oportunidades de emprego, bem como vendendo bens e serviços.
Muitos profissionais financeiros recomendam diversificação quando se trata de criar e manter uma carteira de investimentos eficiente. Parte desse processo inclui a consideração de investimentos estrangeiros e domésticos, um movimento que ajuda a minimizar a influência do viés interno. Isso fornece uma medida de proteção contra quaisquer eventos que afetariam negativamente as participações domésticas, compensando quaisquer perdas com os ganhos obtidos com os investimentos estrangeiros.