A eutopia é um homófono da utopia, que expressa a ideia de uma existência humana perfeita. Raramente usada fora dos círculos acadêmicos, essa palavra combina o prefixo grego eu, que significa bom, feliz ou agradável, com o sufixo grego topia, que descreve um lugar ou região localizada. Em 1516, Thomas More combinou essa palavra com outra diferente, outopia, que significa “nenhum lugar”, para cunhar um novo termo, utopia. Embora o termo de More seja usado para descrever um entre vários sistemas políticos fictícios e idealistas, a eutopia simplesmente se refere a um lugar de felicidade.
No contexto da obra de More, essa palavra representa um agradável estado de ordem que tem o potencial de existir na natureza. Em contraste com a utopia, em um poema elaborado por um dos personagens fictícios de More, o termo é descrito na obra de More como “um lugar de felicidade”. Assim, além de ser uma região feliz, este local também está livre dos constrangimentos da outopia. Assim, a possibilidade de que seja alcançável em condições naturais é fortemente sugerida por More.
Além disso, More reforçou as idéias contidas em seu livro, distinguindo-as da filosofia idealista de Platão, que escreveu a obra-prima política A República quase 2,000 anos antes. More estabelece a eutopia como um ambiente naturalmente atingível, mais agradável às afirmações da filosofia materialista do que às do idealismo.
Ao fazer uma breve alusão à eutopia como uma ordem invejável capaz de ocorrer na história humana, More na verdade tenta enfatizar o fato de que seu conceito de utopia criado por ele mesmo é absolutamente fictício. No entanto, More inventou essa palavra e escreveu um livro sobre ela como forma de fazer um comentário velado sobre a sociedade europeia em que vivia.
Cada um desses termos é objeto de análise acadêmica em um campo da academia denominado Estudos Utópicos. Os estudiosos consideram questões como como um estado de contentamento completo pode ocorrer dentro de uma sociedade e como e por que pode ser minado.
Um termo relacionado, distopia, refere-se a uma sociedade em que a miséria é predominante. Em The Problem of a ‘Flawed Utopia’, Lyman Tower Sargent afirma que o contentamento completo é uma condição pela qual os humanos devem se esforçar para evitar serem vítimas da miséria. Portanto, sejam esses ideais atraentes ou não alcançáveis em condições naturais, é possível que valha a pena lutar por eles.