Qual é o efeito Andersen?

O efeito Andersen refere-se ao maior escrutínio dos registros financeiros visto após um grande escândalo financeiro em 2001 envolvendo a firma de contabilidade Arthur Andersen. Preocupadas com o resultado do escândalo e os problemas que ele revelou com as práticas de auditoria e contabilidade, as empresas aumentaram a intensidade de seus programas de auditoria para evitar problemas semelhantes. Indiretamente, o escândalo contribuiu para melhorias nos padrões e práticas contábeis corporativas.

Arthur Andersen foi acusado após seu papel na queda da empresa de energia Enron foi revelado. A Enron publicou declarações financeiras positivas após uma auditoria da empresa de contabilidade indicar que as informações eram precisas e corretas. Quando a Enron pediu concordata, o acontecimento foi inesperado, porque a empresa não deveria ter falido, de acordo com seus relatórios financeiros. Ainda mais turvando as águas, membros da empresa destruíram e esconderam provas, expondo-se a acusações criminais em conexão com seu papel no caso.

Em resposta ao escândalo, que dominou as manchetes nos Estados Unidos e atraiu considerável atenção do público em todo o mundo, algumas empresas começaram a examinar as auditorias com mais atenção. O efeito Andersen incluiu avaliações mais intensas de práticas de auditoria, pessoal envolvido na revisão de registros financeiros e os próprios registros. As empresas também queriam detectar os erros o mais cedo possível, independentemente de suas origens, para corrigir as afirmações. O efeito Andersen poderia servir aos membros do conselho que tomam decisões sobre a empresa, bem como aos acionistas que precisavam de informações financeiras precisas para orientar suas práticas de investimento.

A Enron foi acusada de usar “contabilidade criativa” para esconder perdas e criar uma imagem mais otimista do que realmente existia. Um sinal do efeito Andersen foi uma maior dependência de diretores e auditores externos com menos participação pessoal nas demonstrações financeiras. Suas visões objetivas podem revelar mais informações do que as fornecidas por auditores ligados demais a uma empresa, que podem sofrer pressão para retornar uma auditoria positiva a fim de obter mais trabalho no futuro. As firmas de contabilidade também desenvolveram diretrizes éticas mais rígidas para tratar de questões específicas sobre conflitos de interesse que possam interferir na justiça de seu trabalho.

Para os acionistas, o efeito Andersen resultou em relatórios anuais e outros documentos contábeis mais detalhados e precisos. As reformas nas práticas contábeis também foram projetadas para aumentar a confiança entre os consumidores e o público em geral, que queria ter certeza de que as empresas levavam a contabilidade a sério. O governo também se envolveu com a legislação para limitar os abusos, enquanto o setor de contabilidade teve um papel ativo no desenvolvimento de padrões e práticas mais eficazes.