A Comissão da Verdade e Reconciliação (TRC) foi estabelecida na África do Sul após o fim do Apartheid para ajudar a transição da nação para um estado de democracia plena. Também pretendia descobrir a verdade sobre o que aconteceu na África do Sul durante a época, como o nome indica, e começar a sanar a brecha entre os sul-africanos negros e brancos. Várias outras nações o usaram como modelo para comissões próprias após períodos de guerra e violência.
O mandato da comissão foi definido na Lei de Promoção da Unidade Nacional e Reconciliação, número 34, em 1995. A lei definiu a necessidade de uma comissão realizar audiências para vítimas e perpetradores da violência do apartheid na África do Sul, na esperança de ajudar a nação a se curar dos eventos do Apartheid. Muitos sul-africanos proeminentes, incluindo Desmond Tutu, foram nomeados para a comissão, que publicou um relatório final em 1998.
Havia três comitês na Comissão de Verdade e Reconciliação. O primeiro se preocupou com as violações dos direitos humanos, ouvindo depoimentos de vítimas de tais violações. O segundo tratava da reparação e reabilitação, ajudando ambos os lados a reconstruir suas vidas e obrigando o pagamento de reparações quando apropriado. O terceiro comitê tinha o poder de conceder anistia a pessoas que testemunharam integralmente sobre suas ações durante o Apartheid.
Embora a comissão estivesse sediada na Cidade do Cabo, ela viajou pela África do Sul para várias audiências públicas, garantindo que todos que quisessem falar tivessem uma palavra a dizer. O TRC compilou extensos registros conforme ouvia depoimentos, os quais foram incorporados ao relatório final ansiosamente aguardado. Este relatório ainda está disponível publicamente, para aqueles que desejam lê-lo, e vários comentários também foram publicados.
Algumas pessoas achavam que a Comissão de Verdade e Reconciliação não era uma forma eficaz de lidar com os eventos do Apartheid porque se concentrava na anistia e reconciliação, ao invés da punição por crimes passados. Vários criminosos notórios receberam anistia do TRC por meio de seu depoimento, e muitos negros africanos achavam que isso era injusto. Outros achavam que a comissão era um modelo forte para a reconstrução nacional por causa de seu foco, contrastando-a com os julgamentos de Nuremberg, que visavam punir os malfeitores em vez de descobrir a verdade do que aconteceu.