O ganho extraordinário é registrado como um de dois itens extraordinários na demonstração do resultado da empresa, sendo o outro item as perdas extraordinárias. Um ganho extraordinário refere-se a um lucro atípico que a empresa obteve no ano anterior, que normalmente não ocorre e não se espera que ocorra novamente no futuro. Todos os itens extraordinários são registrados na demonstração do resultado e no balanço patrimonial separadamente de todas as outras fontes de receita para melhor ajudar os investidores a entender os lucros e perdas usuais da organização. Por exemplo, se uma empresa vende um ativo por significativamente mais do que seu valor, isso pode ser considerado um ganho extraordinário porque, normalmente, o ativo seria vendido apenas pelo seu valor atual e raramente seria vendido por esse valor inflacionado. Como esses ganhos normalmente não são recorrentes, as empresas são obrigadas a registrá-los separadamente para fins de transparência.
Além de registrar ganhos extraordinários separadamente na receita e no balanço, os contadores geralmente anexam uma nota à demonstração financeira explicando os ganhos em detalhes. Os investidores, bem como a Securities and Exchange Commission (SEC) das empresas públicas, precisam entender como os ganhos foram obtidos para ter certeza de que entendem as circunstâncias da situação financeira da empresa. Se uma empresa deixar de registrar esses ganhos separadamente e explicá-los de forma adequada, tais ações podem distorcer a situação financeira da empresa. No caso de empresas de capital aberto, isso também pode resultar na ação da SEC contra a empresa por não relatar os lucros com precisão e transparência. Além disso, é fundamental observar que existem dois termos-chave usados no estabelecimento dos critérios para um item extraordinário: incomum e raro.
Em certas circunstâncias, os ganhos extraordinários podem apontar para práticas contábeis fraudulentas em potencial. Os casos envolvendo empresas que relatam consistentemente uma grande quantidade de ganhos ou perdas extraordinários são geralmente suspeitos. Quando a descontinuidade se transforma em relatórios contínuos – como a venda consistente de ativos muito além de seu valor que normalmente não são vendidos por essa taxa – pode indicar que uma empresa está tentando esconder sua verdadeira fonte de receita relacionada às transações. Além disso, o mesmo se aplica a perdas extraordinárias, quando uma empresa pode tentar dar baixa em muitas pequenas perdas como uma perda extraordinária, minimizando assim a situação financeira em declínio da empresa. Embora às vezes isso possa ser considerado uma prática contábil legítima, se feito regularmente, pode apontar para relatórios fraudulentos.
Tão importante quanto, entender o que não se qualifica como ganho extraordinário ajudará os investidores a entender melhor o que está registrado no balanço patrimonial ou na demonstração do resultado. Termos como “incomum” e “infrequente” são interpretados estritamente. Devido à dinâmica do mercado, por exemplo, alguns ativos podem muito bem vender além de seu valor registrado em uma base regular. Quando essa venda ocorre, pode não ser considerada um ganho extraordinário devido à dinâmica do mercado. Em vez disso, é registrado com receita ordinária, mas geralmente em uma linha separada.