Definida originalmente por médicos gregos por volta de 300 aC, a melancolia é um distúrbio psicológico caracterizado por perda de apetite e humor deprimido. Os psicólogos modernos geralmente acreditam que é outro termo para o que hoje é conhecido como transtorno depressivo. Na medicina grega antiga, os médicos acreditavam que todas as doenças eram causadas por um desequilíbrio em um dos quatro principais fluidos corporais, ou humores. Dizia-se que um excesso de bile negra era a causa de uma disposição deprimida. O nome foi retirado da raiz grega das palavras melas, que significa “preto”, e kholé, que significa “bile”.
Conforme definido nos escritos hipocráticos, a melancolia produziu certos sintomas que são muito semelhantes aos associados ao transtorno depressivo hoje. Insônia persistente, falta de apetite e desânimo foram considerados sinais dessa condição. Além disso, os médicos gregos observaram que os pacientes que sofriam de melancolia exibiam um comportamento agressivo, às vezes levando ao suicídio.
É interessante notar que os primeiros estudos sobre a melancolia resultaram em conclusões que se correlacionam fortemente com o que sabemos agora sobre a depressão. Por exemplo, os gregos antigos relataram que parecia piorar ou se tornar mais prevalente durante os meses de outono, evidência que pode vincular a condição ao transtorno afetivo sazonal (TAS). Além disso, mais tarde se acreditou que uma condição conhecida como mania, caracterizada por um humor severamente elevado, estava ligada à melancolia. Isso sugere que alguns pacientes envolvidos nesses estudos iniciais podem ter sofrido de transtorno bipolar.
Estudos antigos sobre a melancolia também parecem diferenciar entre depressão situacional e química. Embora Hipócrates atribuísse a melancolia a um excesso químico de bile negra, ele também observou que os sintomas podiam ser produzidos por luto e medo persistentes, sugerindo que problemas situacionais também poderiam causar depressão. Na era medieval, os médicos estudavam a conexão entre a história da família e a melancolia.
Embora a palavra ainda se refira a uma disposição sombria, ela não é mais usada como diagnóstico médico. Hoje, os médicos definem a depressão clínica como um estado persistente de melancolia ou desespero. Para resultar no diagnóstico de transtorno depressivo, essa condição deve progredir a ponto de perturbar a vida diária do indivíduo.